Lista de monarcas de Portugal
Reino de Portugal[editar · editar código-fonte]
Dinastia de Borgonha (ou Afonsina)[editar · editar código-fonte]
1139-1247 | 1247-1383 |
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Nome | Retrato | Nascimento | Início Reinado | Fim Reinado | Casamento (s) | Morte | Notas |
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Afonso I O Conquistador[1] O Fundador |
25 de julho de 1109 Guimarães (Castelo de Guimarães), Coimbra (Paço Real da Alcáçova) ou Viseu[2] Filho de Henrique de Borgonha, conde de Portucale e Teresa de Leão |
26 de julho de 1139 | maio de 1169 (de facto) 6 de dezembro de 1185 (de jure) |
Mafalda de Saboia março ou abril de 1146Predefinição:Harvref sete filhos |
6 de dezembro de 1185 Coimbra 76 anos Sepultado no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra |
Após a vitoriosa Batalha de Ourique (1139) passa a utilizar o título de rei a partir do ano 1140.[3] A independência portuguesa foi reconhecida pelo Tratado de Zamora (1143) e otorgada pelo papa Alexandre III com a bula Manifestis Probatum (1179). Desde o Cerco de Badajoz (1169), de onde saiu gravemente ferido,[4] Afonso encarregou os seus dois filhos sobreviventes do governo do Reino. | |
Regente Teresa de Portugal |
1151 Coimbra Filha de Afonso I e Mafalda de Saboia |
maio de 1169 | agosto de 1183 | Filipe I, Conde da Flandres agosto de 1183 Bruges sem filhos Odo III, Duque de Borgonha julho de 1193 sem filhos |
6 de maio de 1218 Veurne 66/67 anos |
Regente, em conjunto com o seu irmão Sancho I, desde o Cerco de Badajoz, até ao seu casamento com o conde da Flandres. Afonso I legou em Teresa as funções administrativas, e em Sancho as militares.[5] | |
Sancho I O Povoador |
11 de novembro de 1154 Coimbra (Paço Real da Alcáçova) Filho de Afonso I e Mafalda de Saboia |
6 de dezembro de 1185 | Dulce de Aragão-Barcelona 1174 onze filhos |
26 de março de 1211 56 anos Sepultado no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra |
Manteve Coimbra como o centro do reino. Terminou com as investidas na Galiza e dedicou-se a guerrear os mouros a Sul. Aproveitou a passagem pelo porto de Lisboa dos cruzados da terceira cruzada, na primavera de 1189, para conquistar Silves,[6] sucedida, mas que durou pouco mais de um ano. Concedeu várias cartas de foral principalmente na Beira e em Trás-os-Montes. | ||
6 de dezembro de 1185 | 26 de março de 1211 | ||||||
Afonso II O Gordo O Gafo |
23 de abril de 1185 Coimbra (Paço Real da Alcáçova) Filho de Sancho I e Dulce de Aragão-Barcelona |
26 de março de 1211 | 25 de março de 1223 | Urraca de Castela 1206 cinco filhos |
25 de março de 1223 Coimbra 38 anos Sepultado no Mosteiro de Alcobaça |
Foram criadas as primeiras leis escritas (relacionadas com propriedade privada, direito civil e cunhagem de moeda), e pela primeira vez reunidas cortes com representantes do clero e nobreza, em 1211 em Coimbra. Visando reforçar e centralizar o poder régio, foram realizadas inquirições em 1220, para determinar a situação jurídica das propriedades e em que se baseavam os privilégios e imunidades dos proprietários. Não contestou fronteiras, nem se dedicou a atividade externa de relevo, já que se viu envolvido, desde o início do reinado, numa guerra com suas irmãs pelo testamento paterno. | |
Sancho II O Capelo |
8 de setembro de 1209 Coimbra (Paço Real da Alcáçova) Filho de Afonso II e Urraca de Castela |
25 de abril de 1223 | 4 de dezembro de 1247 | Mécia Lopes de Haro 1246 sem filhos |
4 de janeiro de 1248 Coimbra 38 anos Sepultado, provavelmente, na catedral de Toledo |
Um reinado caracterizado por uma incapacidade administrativa, que levou o reino a um novo conflito interno, e que causou por sua vez a deposição pelo Papa Inocêncio IV no I Concílio de Lyon, em julho de 1245, sob a acusação de rex inutilis, viria a abdicar em 1247, exilando-se em Toledo, e vindo a falecer pouco tempo depois, em inícios de 1248. O seu reinado foi no entanto frutífero a nível militar: foram conquistadas várias praças alentejanas. | |
Afonso III O Bolonhês |
5 de maio de 1210[7] Coimbra (Paço Real da Alcáçova) Filho de Afonso II e Urraca de Castela |
4 de dezembro de 1247 | 4 de janeiro de 1248 | Matilde II, Condessa de Bolonha 1239 sem filhos Beatriz de Castela I 1253 sete filhos |
16 de fevereiro de 1279 Alcobaça 68 anos Sepultado no Mosteiro de Alcobaça |
Conde de Bolonha até 1253. Não assumiu oficialmente o trono até à morte do irmão em 1248. Terminou a reconquista cristã em Portugal com a célebre Conquista do Algarve (1249), e dedicou-se ao governo do reino: Realizaram-se novas Inquirições Gerais em 1258, como forma de controlo do crescente poderio da Nobreza. Limitou os abusos desta e concedeu inúmeros privilégios à Igreja. Recordado como excelente administrador, Afonso III organizou a administração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através do édito de várias cartas de foral. | |
4 de janeiro de 1248 | 16 de fevereiro de 1279 | ||||||
Dinis I O Lavrador O Trovador |
9 de outubro de 1261 Lisboa (Paço da Alcáçova / Castelo São Jorge) Filho de Afonso III e Beatriz de Castela I |
16 de fevereiro de 1279 | 7 de janeiro de 1325 | Isabel de Aragão A Rainha Santa 11 de fevereiro de 1282 Barcelona (por procuração) 26 de junho de 1282 Trancoso (em pessoa) dois filhos |
7 de janeiro de 1325 Santarém 63 anos Sepultado no Mosteiro de São Dinis em Odivelas |
Em 1297, após a conclusão da Reconquista pelo seu pai, definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, prosseguiu relevantes reformas judiciais, instituiu a língua portuguesa como língua oficial da corte, criou a primeira Universidade portuguesa, libertou as Ordens Militares no território nacional de influências estrangeiras e prosseguiu um sistemático acréscimo do centralismo régio. Ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e organizou a exportação da produção excedente para outros países europeus. Foi ainda grande amante das artes e letras. | |
Afonso IV O Bravo |
8 de fevereiro de 1291 Lisboa (Paço da Alcáçova / Castelo São Jorge) Filho de Dinis I e Isabel de Aragão |
7 de janeiro de 1325 | 28 de maio de 1357 | Beatriz de Castela II 12 de setembro de 1309 sete filhos |
28 de maio de 1357 Lisboa 66 anos Sepultado na Sé de Lisboa |
Em 1347 ocorreu um sismo em Coimbra, e no ano seguinte a peste negra assola o país, vitimando grande parte da população e causando grande desordem. O rei reagiu, promulgando legislação a reprimir a mendicidade e a ociosidade. Foi ainda lembrado como um comandante militar corajoso. Desenvolveu a marinha portuguesa, subsidiando a construção de uma marinha mercante e financiando as primeiras viagens de exploração Atlântica. As Ilhas Canárias foram descobertas no seu reinado. A última parte do reinado foi marcada por intrigas e conflitos políticos devidos à presença de refugiados da guerra civil entre Pedro I de Castela e o seu meio-irmão Henrique da Trastâmara. | |
Pedro I O Justiceiro O Cruel |
8 de abril de 1320 Coimbra (Paço Real da Alcáçova) Filho de Afonso IV e Beatriz de Castela |
28 de maio de 1357 | 18 de janeiro de 1367 | Constança Manuel de Castela 24 de agosto de 1339 Lisboa três filhos Inês de Castro 1346 (secreto) 1354 (oficial) quatro filhos |
18 de janeiro de 1367 Estremoz 46 anos Sepultado no Mosteiro de Alcobaça |
Revelou-se bom administrador, corajoso na defesa do país contra a influência papal (foi ele que promulgou o famoso Beneplácito Régio, que impedia a livre circulação de documentos eclesiásticos no país sem a sua autorização expressa), e foi justo na defesa das camadas menos favorecidas da população. | |
Fernando I O Formoso O Inconstante |
31 de outubro de 1345 Coimbra (Paço Real da Alcáçova) Filho de Pedro I e Constança Manuel de Castela |
18 de janeiro de 1367 | 22 de outubro de 1383 | Leonor Teles de Meneses A Aleivosa 15 de maio de 1372 Porto três filhos |
22 de outubro de 1383 Lisboa 37 anos Sepultado no Convento de São Francisco em Santarém (restos mortais profanados e perdidos. Túmulo transportado para o Convento do Carmo em Lisboa) |
Entrou em conflito com Castela na guerra de sucessão castelhana na sequência da morte de Pedro I de Castela (1369). Sem grandes resultados, e após fazer a paz, dedicou-se à administração do reino, mandou reparar e construir vários castelos e muralhas. Com vista ao desenvolvimento da agricultura promulgou a Lei das Sesmarias, que impedia o pousio nas terras susceptíveis de aproveitamento e procurava-se aumentar o número de braços dedicados à agricultura. Alargaram-se, também, as relações mercantis com o estrangeiro, e apoiou o desenvolvimento da marinha. Sem descendentes masculinos, o reino entrou numa nova fase de conflito político. | |
Interregno (1383 – 1385) |
Interregno (1383–1385)[editar · editar código-fonte]
Designação dada por toda a historiografia ao período que medeia a morte de D. Fernando e a ascensão ao trono do seu meio-irmão bastardo, o mestre de Avis D. João, e que compreende as regências de D. Leonor Teles e do próprio mestre de Avis.
# | Nome | Início da regência | Fim da regência | Notas | |
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— | D. Leonor Teles | 22 de outubro de 1383 | 16 de dezembro de 1383 | Exerce a regência nos termos do tratado de Salvaterra de Magos | |
— | D. João, mestre de Avis | 16 de dezembro de 1383 | 6 de abril de 1385 |
Dinastia de Avis[editar · editar código-fonte]
Nome | Retrato | Nascimento | Início Reinado | Fim Reinado | Casamento (s) | Morte | Notas |
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João I O de Boa Memória |
11 de abril de 1357 Lisboa (Paço da Alcáçova / Castelo São Jorge) Filho natural (ilegítimo) de Pedro I e Teresa Lourenço |
6 de abril de 1385 | 14 de agosto de 1433 | Filipa de Lencastre 14 de fevereiro de 1387 Porto nove filhos |
14 de agosto de 1433 Lisboa 76 anos Sepultado no Mosteiro da Batalha |
Venceu a Batalha de Aljubarrota (1385) e aliou-se à Inglaterra no Tratado de Windsor (1386). Iniciou a construção do Mosteiro da Batalha, comandou uma expedição a Ceuta e escreveu o Livro da Montaria. | |
Duarte I O Eloquente |
31 de outubro de 1391 Viseu Filho de João I e Filipa de Lencastre |
14 de agosto de 1433 | 9 de setembro de 1438 | 22 de setembro de 1428 Coimbra nove filhos |
9 de setembro de 1438 Tomar 46 anos Sepultado no Mosteiro da Batalha |
Participou na conquista de Ceuta (1415). Foi administrador meticuloso e governante de gabinete. O reinado breve foi ensombrado pelo desastre de Tânger, em 1437. Apesar disso, foi um rei culto e filósofo, escrevendo obras como Leal Conselheiro ou Arte de Bem Cavalgar toda a Sela. | |
Regente Leonor de Aragão |
2 de maio de 1402 Medina del Campo Filha de Fernando I de Aragão e Leonor Urraca de Castela |
9 de setembro de 1438 | dezembro de 1439 | 19 de fevereiro de 1445 Toledo 42 anos |
Regentes em nome de Afonso V. Exerceram esta função em conjunto, até 1439, quando uma reunião de Cortes, em Lisboa, depôs Leonor, e manteve Pedro, tio do monarca, na regência. Afonso revoltar-se-ia contra o tio na célebre Batalha de Alfarrobeira, em 1449, onde o derrotou e se proclamou oficialmente maior de idade. | ||
Regente Pedro de Portugal, Duque de Coimbra |
9 de dezembro de 1392 Lisboa Filho de João I e Filipa de Lencastre |
20 de maio de 1449 | Isabel de Urgel 12 de setembro de 1428 Alcolea de Cinca seis filhos |
20 de maio de 1449 Vialonga 71 anos | |||
Afonso V O Africano |
15 de janeiro de 1432 Sintra (Palácio Real da Vila) Filho de Duarte I e Leonor de Aragão |
9 de setembro de 1438 15 de novembro de 1477 |
11 de novembro de 1477 28 de agosto de 1481 |
Isabel de Coimbra 6 de maio de 1447 Óbidos[8] três filhos Joana de Castela A Excelente Senhora 25 de maio de 1475 Plasencia sem filhos |
28 de agosto de 1481 Lisboa 49 anos Sepultado no Mosteiro da Batalha |
Vítima de uma conspiração cortesã, enfrenta o próprio regente na Batalha de Alfarrobeira (1449), onde o regente acaba por morrer. O seu cognome advém do interesse que sempre dedicou à exploração da costa africana. Conquista as praças de Alcácer Ceguer (1458), Arzila e Tânger (1471). Interveio na sucessão de Castela, para tentar uni-la, mas não logrou consegui-lo. Resignou da coroa para pedir ajuda a França, mas quando regressa, o filho, a quem entregara o poder real, devolve-lho (1477). | |
João II O Príncipe Perfeito |
3 de março de 1455 Lisboa (Paço da Alcáçova / Castelo São Jorge) Filho de Afonso V e Isabel de Coimbra |
11 de novembro de 1477 28 de agosto de 1481 |
15 de novembro de 1477 25 de outubro de 1495 |
Leonor de Viseu 22 de janeiro de 1470 Setúbal dois filhos |
25 de outubro de 1495 Alvor 40 anos Sepultado no Mosteiro da Batalha |
Aclamado rei nas Cortes de Santarém de 1477; abdica ao regressar ao Reino o seu pai, quatro dias mais tarde. Reassume o poder após a morte deste em 1481. Reformou a centralização do poder régio e assinou o Tratado de Tordesilhas com Espanha (1494). Incentivou as letras, as artes e os estudos náuticos e reorganizou a assistência hospitalar. Não deixou descendência. | |
Manuel I O Venturoso |
31 de maio de 1469 Alcochete Filho de Fernando de Portugal, Duque de Viseu e Beatriz de Portugal |
25 de outubro de 1495[9] | 13 de dezembro de 1521 | Isabel de Aragão e Castela 30 de setembro de 1497 Valência de Alcântara um filho Maria de Aragão e Castela 30 de outubro de 1500 Alcácer do Sal dez filhos Leonor de Áustria 16 de julho de 1518 Saragoça dois filhos |
13 de dezembro de 1521 Lisboa 52 anos Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa |
Neto de Duarte I e cunhado de João II. Dá-se o apogeu do Império Português com a descoberta do caminho marítimo para a Índia (1498),e do Brasil (1500), a conquista de Goa e Malaca (1510 e 1511), a tomada de Azamor (1513) e a embaixada ao Papa Leão X (1514). Publicou as Ordenações Manuelinas, e reformou os forais. | |
João III O Piedoso |
7 de junho de 1502 Lisboa (Paço da Ribeira) Filho de Manuel I e Maria de Aragão e Castela |
13 de dezembro de 1521 | 11 de junho de 1557 | 10 de fevereiro de 1525 Tordesilhas nove filhos |
11 de junho de 1557 Lisboa 55 anos Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa |
Presidiu ao apogeu da expansão marítima e ao declínio do Império. Estabeleceu contactos com a China e o Japão, intensificando ao mesmo tempo o comércio com a Índia e o Brasil. Introduziu a Companhia de Jesus, que evangelizou as colónias, e instituiu a Inquisição, assegurando a unidade da fé católica. | |
Regente Catarina de Áustria |
14 de janeiro de 1507 Torquemada Filha de Filipe de Áustria e Joana I de Castela |
11 de junho de 1557 | 23 de dezembro de 1562 | 12 de fevereiro de 1578 Lisboa 71 anos |
Regente em nome do neto menor, Sebastião. As suas desavenças com o jovem rei fizeram-na abdicar da regência em 1562. | ||
Sebastião I O Desejado |
20 de janeiro de 1554 Lisboa (Paço da Ribeira) Filho de João Manuel, Príncipe de Portugal e Joana de Áustria |
11 de junho de 1557 | 4 de agosto de 1578 | Não casou | 4 de agosto de 1578 Alcácer-Quibir 24 anos Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa. |
Neto de João III. Sem sucessão assegurada, empreendeu uma expedição ao Norte de África, que culminou na Batalha de Alcácer-Quibir (1578). | |
Henrique I O Casto |
31 de janeiro de 1512 Lisboa (Paço da Ribeira) Filho de Manuel I e Maria de Aragão e Castela |
23 de dezembro de 1562 (Regente) | 20 de janeiro de 1568 | Não casou | 31 de janeiro de 1580 Almeirim 68 anos Sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa |
Irmão de João III. Começa por exercer a função de regente de Sebastião, mas face à morte inesperada do sobrinho-neto, ocupou o trono. Tentou preparar a sucessão, mas a sua avançada idade não lhe concedeu tempo suficiente para refrear as aspirações de Filipe II de Espanha ao trono português. | |
4 de agosto de 1578 | 31 de janeiro de 1580 | ||||||
Conselho de Governadores do Reino de Portugal 31 de janeiro — 17 de julho de 1580[10] D. António, Prior do Crato foi aclamado rei de Portugal a 9 de Junho de 1580, em Santarém, pelos seus partidários, opondo-se durante todo o resto da sua vida ao domínio filipino, todavia sem êxito.[11] |
Dinastia de Habsburgo (ou Filipina)[editar · editar código-fonte]
Os soberanos desta dinastia foram também reis de Espanha, Países Baixos, Nápoles, Sicília,Valência, Granada , duques da Borgonha, etc., títulos genericamente reunidos sob a designação de Reis de Espanha.
Nome | Retrato | Nascimento | Casamento | Morte | Ref |
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Filipe I
16 de abril de 1581- 13 de setembro de 1598 |
21 de maio de 1527
filho de Carlos I de Espanha |
Maria Manuela de Portugal
15 de novembro de 1543 1 filho |
13 de setembro de 1598
71 anos |
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Maria I da Inglaterra
25 de julho de 1554 sem filhos | |||||
Isabel da França
22 de junho de 1559 2 filhas | |||||
Ana de Áustria
14 de novembro de 1570 6 filhos | |||||
Filipe II
13 de setembro de 1598- 31 de março de 1621 |
14 de abril de 1578
filho de Filipe I e Ana de Áustria |
Margarida da Áustria
18 de abril de 1599 8 filhos |
31 de março de 1621
42 anos |
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Filipe III
31 de março de 1621- 1 de dezembro de 1640 (deposto) |
8 de abril de 1605
filho de D. Filipe II e Margarida da Áustria |
Isabel da França
25 de novembro de 1615 8 filhos |
17 de setembro de 1665
60 anos |
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Maria Ana de Áustria
7 de outubro de 1649 5 filhos |
Durante este período de sessenta anos, os reis fizeram-se representar em Portugal por um vice-rei ou um corpo de governadores — veja a lista de vice-reis de Portugal.
À revolta de 1 de Dezembro de 1640 seguiu-se a Guerra da Aclamação, depois chamada, pela historiografia romântica do século XIX, como Guerra da Restauração.
Dinastia de Bragança[editar · editar código-fonte]
Nome | Retrato | Nascimento | Início Reinado | Fim Reinado | Casamento (s) | Morte | Notas |
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João IV O Restaurador |
19 de março de 1604 Paço Ducal de Vila Viçosa, Vila Viçosa Filho de Teodósio II, Duque de Bragança e Ana de Velasco e Girón |
15 de dezembro de 1640 | 6 de novembro de 1656 | 12 de dezembro de 1633 Elvas sete filhos |
6 de novembro de 1656 Palácio da Ribeira, Lisboa 52 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Descendente de Manuel I de Portugal, foi proclamado a 1 de dezembro, mas só tomou oficialmente o trono a 15 de dezembro. | |
Regente Luísa de Gusmão |
13 de outubro de 1613 Huelva Filha de João Manuel Peres de Gusmão, 8º Duque de Medina Sidónia e Joana Lourença Gómez de Sandoval y Lacerda |
6 de novembro de 1656 | 26 de junho de 1662 | 27 de fevereiro de 1666 Lisboa 52 anos |
Regente em nome do filho menor, Afonso VI. | ||
Afonso VI O Vitorioso |
21 de agosto de 1643 Palácio da Ribeira, Lisboa Filho de João IV e Luísa de Gusmão |
6 de novembro de 1656 | 12 de setembro de 1683 | Maria Francisca de Saboia-Nemours 27 de junho de 1666 La Rochelle (por procuração, anulado a 24 de março de 1668) sem filhos |
12 de setembro de 1683 Palácio Nacional de Sintra, Sintra 40 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Revelou-se incapaz de governar, sendo dominado por regentes (Luísa de Gusmão e o Infante D. Pedro). Ironicamente cognominado "Vitorioso", pois foi no seu reinado que Portugal termina com a Guerra da Restauração, com a assinatura do Tratado de Lisboa, a 13 de fevereiro de 1668. | |
Pedro II O Pacífico |
26 de abril de 1648 Palácio da Ribeira, Lisboa Filho de João IV e Luísa de Gusmão |
23 de novembro de 1667 (Regente) |
12 de setembro de 1683 | Maria Francisca de Saboia-Nemours 2 de abril de 1668 Lisboa um filho Maria Sofia do Palatinado-Neuburgo 2 de julho de 1687 Heidelberg (por procuração) sete filhos |
9 de dezembro de 1706 Palácio de Palhavã, Lisboa 58 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Envolveu-se na Guerra de Sucessão Espanhola, e promoveu a exploração do Brasil. | |
12 de setembro de 1683 | 9 de dezembro de 1706 | ||||||
João V O Magnânimo |
22 de outubro de 1689 Palácio da Ribeira, Lisboa Filho de Pedro II e Maria Sofia do Palatinado-Neuburgo |
9 de dezembro de 1706 | 31 de julho de 1750 | Maria Ana de Áustria 9 de julho de 1708 Viena (por procuração) seis filhos |
31 de julho de 1750 Palácio da Ribeira, Lisboa 63 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Acudiu o Papa na guerra contra os Turcos e enriqueceu País com a descoberta de ouro e diamantes no Brasil. Fundou o Convento de Mafra. | |
José I O Reformador |
6 de junho de 1714 Palácio da Ribeira, Lisboa Filho de João V e Maria Ana de Áustria |
31 de julho de 1750 | 24 de fevereiro de 1777 | Mariana Vitória de Espanha 19 de janeiro de 1729 Elvas quatro filhos |
24 de fevereiro de 1777 Palácio Nacional de Sintra, Sintra 62 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Reforçou o poder estatal. O Terramoto de 1755 fez sobressair Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), que concentrou em si todos os poderes do Estado e trouxe para Portugal os ideais iluministas. | |
Maria I A Piedosa A Louca (Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana) |
17 de dezembro de 1734 Palácio da Ribeira, Lisboa Filha de José I e Mariana Vitória de Espanha |
24 de fevereiro de 1777 | 20 de março de 1816 | 6 de junho de 1760 Lisboa sete filhos |
20 de março de 1816 Rio de Janeiro 81 anos Sepultada na Basílica da Estrela em Lisboa |
Culta e devota, a administração da justiça foi a sua prioridade. Registou-se um bom crescimento económico. A morte do marido e do filho, e a Revolução Francesa abalaram-na muito, apresentando sinais de demência desde 1791. | |
Pedro III O Edificador |
5 de julho de 1717 Palácio da Ribeira, Lisboa Filho de João V e Maria Ana de Áustria |
25 de maio de 1786 | 25 de maio de 1786 Palácio Nacional de Queluz, Queluz 68 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Primeiro rei-consorte de Portugal. Apoiou a construção do Palácio de Queluz, onde faleceu. | |||
João VI O Clemente (João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael) |
13 de maio de 1767 Paço de Madeira ou Real Barraca, Lisboa Filho de Pedro III e Maria I |
15 de julho de 1799 (Regente) | 20 de março de 1816 | Carlota Joaquina de Espanha 9 de junho de 1785 Vila Viçosa nove filhos |
10 de março de 1826 Palácio da Bemposta, Lisboa 58 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Oficialmente regente em nome da mãe, por demência desta, a partir de 1799. Auxiliou Espanha na Campanha do Rossilhão, mas foi-lhe tirada Olivença. Não aderiu ao bloqueio continental napoleónico, na qualidade de aliado do Reino Unido, o que custou a invasão do reino e mudança da corte para o Brasil. Regressou com a Revolução liberal do Porto, onde jurou a constituição. | |
20 de março de 1816 | 10 de março de 1826 | ||||||
Pedro IV
(Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim) |
12 de outubro de 1798 Palácio Nacional de Queluz, Queluz Filho de João VI e Carlota Joaquina de Espanha |
10 de março de 1826 | 2 de maio de 1826 | Maria Leopoldina de Áustria 13 de maio de 1817 Viena (por procuração) sete filhos Amélia de Leuchtenberg 2 de agosto de 1829 Munique (por procuração) um filho |
24 de setembro de 1834 Palácio Nacional de Queluz, Queluz 35 anos Sepultado na cripta do Monumento à Independência do Brasil em São Paulo (sepultado inicialmente na Igreja de São Vicente de Fora). O seu coração encontra-se na Igreja da Lapa (Porto). |
Também Imperador do Brasil, como D. Pedro I, herdou Portugal, mas para evitar unir as duas coroas, abdicou na filha, Maria II, que é colocada sob regência da irmã dele, Isabel Maria. | |
Regente Isabel Maria de Bragança (Isabel Maria da Conceição Joana Gualberta Ana Francisca de Assis Xavier de Paula de Alcântara Antónia Rafaela Micaela Gabriela Joaquina Gonzaga) |
4 de julho de 1801 Lisboa Filha de João VI e Carlota Joaquina de Espanha |
6 de março de 1826 | 11 de julho de 1828 | Não casou | 22 de abril de 1876 Lisboa 74 anos |
Rege em Portugal em conjunto com o irmão, Miguel, em nome da rainha Maria II. Foi deposta pelo irmão, que assumiu o título de rei de Portugal, usurpando o trono à sobrinha. | |
Miguel I O Rei-Absoluto (Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo) |
26 de outubro de 1802 Palácio Nacional de Queluz, Queluz Filho de João VI e Carlota Joaquina de Espanha |
2 de maio de 1826 (Regente) | 11 de julho de 1828 | Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg 24 de setembro de 1851 Kleinheubach sete filhos |
14 de novembro de 1866 Wertheim 64 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Ocupa o trono em 1828, o que gerou uma guerra civil contra o irmão (1832-1834), que regressou a Portugal para defender os direitos da filha. Saiu derrotado e os liberais expulsaram-no do trono e de Portugal. | |
11 de julho de 1828 | 26 de maio de 1834 | ||||||
Maria II A Educadora (Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga) |
4 de abril de 1819 Paço de São Cristóvão, Rio de Janeiro Filha de Pedro IV e Maria Leopoldina de Áustria |
26 de maio de 1834 | 15 de novembro de 1853 | Augusto de Beauharnais 1 de dezembro de 1834 (por procuração) 26 de janeiro de 1835 Lisboa sem filhos Fernando (II) de Saxe-Coburgo-Gota 1 de janeiro de 1836 (por procuração) 9 de abril de 1836 Lisboa onze filhos |
15 de novembro de 1853 Palácio das Necessidades, Lisboa 34 anos Sepultada na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Exerceu firmemente a chefia do reino. No seu conturbado governo, mostrou coragem e dignidade na defesa da coroa e da legalidade constitucional. Faleceu no seu 11º parto. | |
Fernando II O Rei-Artista (Ferdinand August Franz Anton) |
29 de outubro de 1816 Viena Filho de Fernando de Saxe-Coburgo-Gota e Maria Antónia de Koháry |
16 de setembro de 1837 | Maria II 1 de janeiro de 1836 (por procuração) 9 de abril de 1836 Lisboa onze filhos |
15 de dezembro de 1885 Lisboa 69 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Oriundo da Casa de Saxe-Coburgo-Gota.[12] Segundo rei-consorte de Portugal. Dedicou-se às artes. É da sua responsabilidade a construção do Palácio da Pena, em Sintra. A partir de 1853 rege em nome do filho menor. | ||
15 de novembro de 1853 (Regente) |
16 de setembro de 1855 | ||||||
Pedro V O Esperançoso (Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Víctor Francisco de Assis Júlio Amélio) |
16 de setembro de 1837 Palácio das Necessidades, Lisboa Filho de Fernando II e Maria II |
15 de novembro de 1853 | 11 de novembro de 1861 | Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen 29 de abril de 1858 Berlim (por procuração) 18 de maio de 1858 Lisboa sem filhos |
11 de novembro de 1861 Palácio das Necessidades, Lisboa 24 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Assistiu as vítimas de cólera, aboliu os castigos corporais e inaugurou notáveis avanços tecnológicos. Não deixou descendência. | |
Luís I O Popular (Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando) |
31 de outubro de 1838 Palácio das Necessidades, Lisboa Filho de Fernando II e Maria II |
11 de novembro de 1861 | 19 de outubro de 1889 | Maria Pia de Saboia 27 de setembro de 1862 Turim (por procuração) 6 de outubro de 1862 Lisboa dois filhos |
19 de outubro de 1889 Palácio da Cidadela, Cascais 50 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Conciliador, poliglota e ainda com grande sensibilidade artística, foi modelo de monarca constitucional. | |
Carlos I O Diplomata O Martirizado (Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão) |
28 de setembro de 1863 Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa Filho de Luís I e Maria Pia de Saboia |
19 de outubro de 1889 | 1 de fevereiro de 1908 | Amélia de Orleães 22 de maio de 1886 Lisboa três filhos |
1 de fevereiro de 1908 Praça do Comércio, Lisboa 44 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Portugal obteve novo prestígio na Europa. Carlos favoreceu o governo autoritário de João Franco (1907-1908) para combater a crescente corrente republicana. Foi alvo de um atentado mortal, em 1908.[13] | |
Manuel II O Patriota O Rei-Saudade (Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio) |
15 de novembro de 1889 Palácio Nacional de Belém, Lisboa Filho de Carlos I e Amélia de Orleães |
1 de fevereiro de 1908 | 5 de outubro de 1910 | Augusta Vitória de Hohenzollern-Sigmaringen 4 de setembro de 1913 Sigmaringen sem filhos |
2 de julho de 1932 Londres 42 anos Sepultado na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa |
Não conseguiu conter a agitação social, as fações em luta e o descrédito das instituições, que causaram a queda da monarquia e a Implantação da República Portuguesa. |
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- ↑ Mário Jorge, Barroca (agosto de 2017). «No tempo de D. Afonso Henriques» (PDF). Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Consultado em 11 de setembro de 2020
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- ↑ Sancho e Teresa entre seus irmãos e na política de Afonso Henriques após o Desastre de Badajoz
- ↑ Álvarez Palenzuela 2013, p. 66.
- ↑ Caetano de Sousa 1735, p. 159.
- ↑ D. Isabel de Coimbra, Insigne Rainha
- ↑ Por morte de D. João II sem filhos legítimos (o príncipe D. Afonso falecera em condições trágicas nunca completamente esclarecidas em 1491), nem irmãos sobrevivos (a infanta Santa Joana, sua irmã, falecera em 1490), não obstante haver tentado legitimar um seu filho natural, o infante D. Jorge de Lancastre, futuro Duque de Coimbra, a Coroa Portuguesa acabou por passar para o seu primo e cunhado D. Manuel, Duque de Beja, o qual era filho de D. Fernando, Duque de Viseu (irmão do rei D. Afonso V), e de D. Beatriz (filha do infante D. João, o penúltimo dos membros da Ínclita Geração). Assim, embora pelo lado do pai fosse neto do rei D. Duarte, e pelo lado da mãe, bisneto de D. João I, o facto de não ser herdeiro directo, mas sim colateral, leva a que surjam, por vezes, referências a uma pretensa quebra na casa reinante da dinastia de Avis, o que não faz qualquer sentido.
- ↑ Nesse dia 17 de Julho de 1580, em Castro Marim, três dos cinco governadores assinam o reconhecimento de Filipe II como rei de Portugal. Fonte: História de Portugal, sob a direcção de José Mattoso, Editorial Estampa, Terceiro Volume, páginas 561 e 562, ISBN 972-33-1084-8
- ↑ segundo alguns historiadores portugueses, como Joaquim Veríssimo Serrão, D. António terá sido mesmo rei de Portugal, ao menos desde 19 de junho de 1580, data da sua formal aclamação ao trono pelos seus partidários, em Santarém, até à derrota na batalha de Alcântara, a 25 de agosto seguinte. Quem nunca o deixou de reconhecer como seu rei, até 1583, foram as populações da Terceira e das demais ilhas de Baixo açorianas, que prosseguiram a guerra e resistiram ao invasor. A maioria dos historiadores não o considera, todavia, um rei português, devido à existência na época de três centros de poder: o de D. António, em Lisboa, o de Filipe II, em Badajoz, e o dos governadores, em Setúbal, assim como pelo facto de quase todos os bispos, grandes e senhores se haverem então passado para Filipe II. Diversamente, o povo aclamou-o em não poucas cidades e vilas do reino, no entanto a resistência popular depressa se esvaeceria. Fontes: História de Portugal, sob a direcção de José Mattoso, Editorial Estampa, Terceiro Volume, páginas 561 a 563, ISBN 972-33-1084-8; Dicionário de História de Portugal, coordenado por Joel Serrão, Iniciativas Editoriais, Volume I, páginas 157 a 159.
- ↑ Esta alegada mudança de nome na Dinastia de Bragança, reinante em Portugal, por morte de D. Maria II, para Bragança-Saxe-Coburgo e Gota (ou, mais correctamente, Bragança-Wettin), não é de todo reconhecida pela historiografia portuguesa, sendo antes uma criação das historiografias estrangeiras (sobretudo a francesa, que não reconhece a sucessão por via feminina, fazendo assim aplicar à dinastia reinante em Portugal o nome dinástico do rei consorte). Assim, embora a linha de sucessão prossiga em linha recta, pelo casamento da Rainha D. Maria II com um príncipe estrangeiro (D. Fernando II de Saxe-Coburgo-Gota), teria cessado na Casa Real portuguesa a varonia de D. Afonso Henriques, mantida ao longo de sete séculos (note-se que a outra rainha portuguesa, D. Maria I, casara com o tio D. Pedro III, pelo que se manteve o sangue do primeiro rei de Portugal), tendo então passado a correr o sangue da casa de Wettin nas veias dos Bragança. Contudo, em Portugal sempre as mulheres puderam transmitir o nome, bem como o património, na falta de herdeiro varão na família. Isto leva a encontrar-se por vezes escrito, entre historiadores estrangeiros, a existência de uma quinta dinastia em Portugal — uma divisão aparentemente artificial dentro da última dinastia real portuguesa, governada pela suposta casa de Bragança-Wettin, a qual compreenderia os reis entre D. Pedro V e D. Manuel II. Para todos os efeitos, considera-se mais válida a divisão tradicional em quatro dinastias, face à legalidade da designação de dinastia de Bragança, única utilizada, e determinada pela Casa Real e pela generalidade das pessoas, até 1910 e depois dessa data.
- ↑ O herdeiro do trono, D. Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal, ainda que tenha sobrevivido escassos minutos ao seu pai, não foi nunca considerado como rei de Portugal (embora tenha sido chamado, por alguns estrangeiros, de D. Luís II); nem o poderia ser, pois em Portugal só eram considerados reis "de jure" os príncipes depois de jurarem os foros, liberdades e garantias no acto da sua aclamação ao trono (até 1834), ou de jurarem a Constituição (depois daquela data), em sessão solene e plenária das Cortes. Desta forma, o trono recaiu de imediato no seu irmão mais novo, D. Manuel II, depois de juramentado.